O mercado de vestuário brasileiro sofre com o problema da falta de padronização dos tamanhos de roupas. Essa questão fica ainda mais evidente quando nos voltamos ao mercado virtual, já que na compra online o cliente não pode experimentar a peça e confirmar que a roupa se encaixa bem em seu corpo. Pensando em resolver este problema e quebrar a barreira que o cliente tem em realizar compras de roupas de forma online, são diversos os esforços dos empresários do e-commerce.
Nesse sentido, o governo brasileiro também busca trazer sua contribuição criando padrões de medida nacionais. Em 2009, a norma NBR-15800 instituiu o padrão brasileiro para roupas infantis e em 2012 a norma NBR-16060 fez o mesmo com as peças masculinas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) junto ao SENAI-CETIQ ainda estuda a criação de um padrão nacional para roupas femininas.
Importante também levar em consideração que, mesmo quando for criado um padrão nacional de tamanho, as lojas que vendem roupas de marcas estrangeiras continuarão com problemas de padronização, já que as peças de outros países costumam ter dimensões variadas.
De qualquer modo, enquanto a padronização ainda não se torna uma realidade, as lojas virtuais precisam ser criativas para que os clientes confiem em seu site para comprar peças de vestuário. Por isso, criar soluções para evitar ao máximo esse tipo de problema pode garantir que as vendas sejam estimuladas.
Uma das estratégias adotadas pelos e-commerces é a fusão do atendimento online ao off-line. Ou seja, se o cliente realiza uma compra online e a peça não está de acordo com as dimensões que ele esperava, a troca pode ser realizada em uma loja física. Dessa forma, a experiência de compra do cliente fica mais ampla e sua comodidade garantida.
Todavia, para que essa realidade seja aplicada com sucesso é preciso criar uma cultura institucional entre os funcionários da loja física, para que os mesmos compreendam que o e-commerce não compete com a loja física, garantindo que o atendimento off-line seja realizado de maneira eficiente.
Ao mesmo tempo, o catálogo online e off-line devem estar alinhados e atualizados, para que o cliente não corra o risco de ir até a loja e não encontrar o produto. Deve-se ter em mente que as compras online usualmente são uma maneira de garantir praticidade e rapidez à experiência de compra, evitar que o seu cliente perca tempo de maneira desnecessária pode ser uma boa estratégia.
No caso das lojas que não possuem filiais físicas, a solução é garantir que a devolução seja realizada de maneira fácil e sem burocracia, pois assim o cliente vai perceber que a compra online pode ser realizada de forma segura e eficaz. Por isso, tenha uma política de trocas clara e sintética em sua loja virtual, pois o acesso a essa informação pode influenciar de maneira direta na decisão de compra do consumidor, lhe transmitindo um sentimento de segurança que pode estimular as vendas e garantir o crescimento da loja virtual.
Além dos procedimentos de devolução facilitados, as lojas virtuais também podem oferecer tabelas de medidas de acordo com os padrões adotados pela marca/loja. Isso faz com que o cliente tenha acesso às dimensões da peça que cogita comprar, podendo realizar comparações das medidas da peça com as dimensões de seu corpo. Desse modo, pode-se escolher o tamanho mais adequado, aumentando a probabilidade de acerto na compra da peça e evitando que o produto precise ser trocado.
Para adotar essa estratégia, é importante ter em mente que nem todo mundo sabe o nome de cada uma das partes que compõem uma peça de roupa, portanto ofereça uma tabela que evite ao máximo as dúvidas: crie desenhos ou infográficos explicativos, explique exatamente onde cada medida deve ser feita no corpo, use fotos de modelos com mais de um tipo de corpo para exemplificar o caimento da peça.
Uma das tendências de mercado para quem adota esta estratégia é o uso da realidade aumentada na hora das compras através do uso de provadores virtuais. Com eles os clientes podem representar a peça em seu corpo, através do uso de um boneco virtual que simula as dimensões reais do comprador. Os simuladores pedem informações como altura e peso para criar o modelo virtual e garantir que a simulação seja realizada de maneira eficaz.
Adotando essas práticas os lojistas de e-commerce podem incentivar o sentimento de segurança de compra entre os clientes e aumentar a credibilidade de suas lojas quanto a experiência de compras, estimulando as vendas em suas lojas virtuais e o crescimento do mercado de moda online, mesmo em um mercado em que a padronização de tamanhos ainda não é realidade.