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Robotização dos serviços: impactos culturais e de consumo

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A Revolução Industrial impactou não só a maneira de como se produz um produto – otimizando processos e agilizando o trabalho – mas também trouxe impactos culturais enormes para a sociedade, modificando os comportamentos sobre o consumo.

Na Era Contemporânea, acompanhamos o desenvolvimento da técnica e da tecnologia aplicada ao mercado por meio da robotização das atividades. Se no meio industrial a robotização das tarefas já é uma realidade desde a década de 60 – o Japão foi o primeiro país a investir amplamente na robotização industrial, o que fez com que sua taxa de produtividade apresentasse um salto de crescimento na época – a sua aplicação aos serviços é mais recente e tem um novo objetivo.

Isso porque a robotização dos serviços industriais era focada na redução de atividades de risco e que exigem muito esforço físico para os trabalhadores, de maneira que a agilização das atividades que a automação trazia consigo era uma das variáveis, mas não um dos enfoques centrais da introdução de robôs nas linhas de produção.

Todavia, na Era Digital quanto mais ágil e simplificado é um processo de uma empresa – seja essa empresa uma indústria ou não – mais a frente do mercado essa empresa se encontra. Por conta disso, os avanços da robotização hoje atingem também os setores de serviços.

Automação de Serviços

E nessa corrida pela otimização e agilização dos processos por meio da automação das atividades o Brasil ocupa o 39º lugar no ranking de países com mão de obra automatizada, apresentando uma proporção de 10 robôs para cada 10 mil funcionários, de acordo com dados da Federação Internacional de Robótica.

Espera-se que esta posição melhore nos próximos anos com a introdução, cada vez mais crescente, de robôs na área de serviços e a maior acessibilidade da tecnologia robótica se comparada à demais Eras do desenvolvimento – como as Revoluções Industriais, por exemplo.

Em 2019, a gigante Amazon investiu na robotização do processo de empacotamento, o que fez com que 55 robôs substituíssem a mão de obra de 1.300 funcionários e trouxesse mais agilidade ao processo de logística da empresa já que as máquinas conseguem atender 700 pedidos por hora.

Essa tendência tem acompanhado os mais diversos mercados, como mostra o caso da multinacional do agronegócio Bunge. De 2014 para cá a empresa tem investido na automatização de seu setor contábil na busca de maior assertividade na entrega e agilização do processo. Basicamente, a deficiência do setor em oferecer mão de obra qualificada na área estimulou a empresa a investir em tecnologias que pudesse oferecer os serviços contábeis de maneira mais ágil e com menos erros.

Processos que demoravam entre 3 e 4 dias para serem desenvolvidos por funcionários humanos passaram a levar 6h quando desenvolvida pelos robôs, apresentando um decréscimo considerável de tempo de serviço. O problema é que a robotização das atividades pode impactar no desenvolvimento do mercado, no caso da Bunge houve um aumento de produtividade em 996 horas e a redução de 5 funcionários de alto nível hierárquico no setor contábil – a empresa aponta que não houve demissões, mas que deixaram de realizar contratações.

Automação versus Demissão

Segundo dados da McKinsey, coletados no estudo “Trabalhos perdidos, trabalhos conquistados: transição da força de trabalho em tempos de automação”, a nova fase de robotização que atinge até o setor de serviços pode deslocar até 375 milhões de trabalhadores de suas atuais funções até 2030.

Essa situação tem preocupado os trabalhadores brasileiros: 67% dos trabalhadores do país têm medo de perder o emprego, como apontou a International Stress Management Association. Essa sensação de instabilidade tende a piorar nos próximos anos com o desenvolvimento tecnológico.

Mas não necessariamente as modificações serão negativas, já que o aumento da automatização das atividades permite que o desenvolvimento de outras áreas do saber possam ser aprimoradas e que a criatividade e características intrinsecamente humanas, como pessoalidade, passem a ganhar destaque.

Novas Oportunidades

E um dos principais filtros dessas mudanças são os consumidores. Isso porque a agilização dos serviços e automação das atividades são modificações estimuladas pelo comportamento do consumidor digital que exige cada vez mais agilidade, simplicidade e otimização dos serviços em que entra em contato.

Tais exigências fazem com que algumas atividades que antes eram burocráticas, lentas e que não priorizavam a experiência de consumo se tornassem mais simples, ágeis e tão focadas na experiência de consumo oferecida que muitas vezes permitem a personalização do serviço e mais opções de escolha.

Por exemplo, se antes um consumidor digital que buscava comprar um par de tênis através de uma loja virtual só tinha uma ou duas opções com tempo de entrega com prazo mínimo de 5 a 7 dias, hoje, com a otimização do processo de logística através da robotização o consumidor pode receber seu produto no mesmo dia da compra em algumas localidades.

Essa nova onda de melhorias tende a tornar o consumidor cada vez mais voltado para a sua experiência, fazendo com que as empresas mais automatizadas possam oferecer mais opções de tal experiência de consumo, seja essa experiência vinculada a tempo, burocracia ou facilidade de acesso.

De qualquer maneira, a robotização dos serviços traz impactos culturais marcantes e busca estimular o desenvolvimento do mercado nas mais diversas áreas de atuação, seja diretamente no processo de produção ao processo de atendimento, são raras as áreas que não sofrerão impactos com as novas tecnologias.

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